Confissões de uma tímida - I
- Priscilla Dias Cavalcante
- 30 de out. de 2017
- 3 min de leitura

Sobre a timidez (parte I):
EU SOU TÍMIDA. Dizem que um verdadeiro tímido não se manifesta... E é isso mesmo. Se fosse ha algum tempo atrás eu nunca diria nada sobre isso, foi uma batalha bem dura da minha mãe pra me tirar do meu "caramujo". Minha mãe já precisou falar sério comigo algumas vezes pela minha mania de quase me enfiar debaixo da roupa dela quando via os amiguinhos da minha rua. É comum evitar pessoas simplesmente porque a vergonha pode apagar seus pensamentos e raciocínio não permitindo que você encontre um assunto pra desenvolver ou sustentar uma conversa.
Às vezes tenho a impressão de que minhas pernas se descontrolam quando eu preciso me levantar em uma festa e caminhar pelo salão, já tive medo de cair do salto por isso, e medo de estar "bonita" (sem pretensão) pra não ser o centro. Tudo que me proponho a fazer quero fazer bem feito mas, a maioria não quero fazer sozinha. Eu "toco uma sinfonia em casa" mas, nao me peça pra tocar/cantar em público. Faço, mas, odeio ter que tocar a introdução para que outros instrumentos acompanhem... Evito o quanto posso pq sei que se o fizer eu comprometo todo o restante do hino. Já paguei tanto mico por vergonha que já viramos até amigos, hoje a gente só lembra e ri.
Interessante é que não tenho vergonha de estar no púlpito... Às vezes eu subo até lá agitada e digo: Deus, fala. E de repente eu tô tranquila porque Deus está falando através de mim sobre coisas que tenho aprendido com o evangelho e que eu gostaria q todos aprendessem também.
Eu engaveto as coisas que escrevo por vergonha...pra mim nunca esta bom..e permita reler mil vezes e em todas elas eu vou querer melhorar um pouquinho e no fim o pensamento é sempre o mesmo: muito bobo, muito amador, ninguém vai querer ler isso.
As vezes quero muito falar com as pessoas mas tenho vergonha de me aproximar, de puxar papo... Já quis dizer pra tanta gente o quanto as admiro mesmo sem as conhecer mas a vergonha me travou, me fez sentir medo de parecer uma mera bajuladora, medo de não ser bem recebida e quando em algumas vezes eu realmente fui ignorada meus medos se alimentaram.
Esse é o problema da timidez...nos deixa medrosos e sem razão.
Tenho dificuldades em fazer novos amigos, talvez seja por isso que eu me esforce tanto por manter os "velhos" por perto. Nunca fui de turminhas populares, não me achava suficientemente legal pra apenas jogar uma conversa fora, minhas piadas não faziam rir e por isso em especial nas conferencias quando minha mãe não estava por perto eu sempre "fugia" das brincadeiras.. queria a companhia dos adultos, das mulheres da cozinha apesar de gostar mesmo é de ficar perto dos pastores aprendendo coisas novas e falando de coisas que eu realmente achava que me encaixava. E por essa trava chamada vergonha que não me deixa dizer "Olá", já fui várias vezes taxada de chata, exibida, estrelinha!!! Eu ja pedi muito pra Deus me libertar, e Ele tirou tudo o que podia. Mas o restinho que fica, aquele restinho que faz gelar as mãos, suar frio e sentir o coração na boca é o que me faz lembrar que eu não sou nada sem Jesus. É isso que mantém meus pés no chão pq humanos como somos temos a tendencia de querer brilhar bem mais que Ele...e a mensagem é clara: "Importa que Eu diminua e Ele cresça" e não o contrário.
Esses dias li sobre Paulo e seu "espinho na carne", ele também pediu que Deus o livrasse daquele incômodo e Deus que vê muito além do que os olhos podem ver, respondeu a oração de Paulo segundo a vontade dele com um amoroso:"NÃO.
Você está preparado pra aceitar o Não de Deus?
É difícil, é chato, é incômodo, mas, é tudo o que a gente precisa.
Esse é o ESPINHO da minha carne, e o seu?